quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Qualidade e produtividade são as alavancas para exportação brasileira

O termo qualidade significa propriedade, atributo ou condição das coisas ou das pessoas capaz de distingui-las das outras e de lhes determinar a natureza. Numa escala de valores a qualidade é que permite avaliar e, consequentemente, aprovar, aceitar ou recusar qualquer coisa. Já o verbete produtividade representa a relação entre a quantidade ou valor produzido. Ambos são ingredientes essenciais para a competitividade e precisam ser preocupação dos setores produtivos, em maior ou menor escala em diferentes setores, sobretudo em face da internacionalização do comércio.A qualidade ao longo do tempo tem sido a chave que abre as porta do sucesso para o setor produtivo e passou a ser uma questão de sobrevivência no mundo empresarial. Até os dias de hoje uma história de relação de consumo foi escrita. Observe que, entre suas várias etapas, a fase da produção artesanal caracterizou-se pela total aproximação entre o produtor e o consumidor. A fase da revolução industrial aumentou a escalada da produção e introduziu o chamado controle da qualidade, com ênfase na detecção de defeitos dos produtos. O distanciamento entre quem produzia e quem consumia e a segmentação do controle da qualidade, como conseqüência da produção seriada, diluíram a responsabilidade pela qualidade e com isso problemas surgiram com maior intensidade.Estudos demonstraram que a maior parte dos problemas de qualidade tinha origem em falhas gerenciais e não técnicas. Essa constatação fez surgir os chamados sistemas de gestão da qualidade, que têm ênfase na prevenção de defeitos. A base normativa hoje mais utilizada para a implantação de sistemas de gestão da qualidade é a norma ISO 9001:2000. Antes desta norma e, diante da necessidade de implantar sistemas de gestão da qualidade, os países, em especial os desenvolvidos, começaram a estabelecer normas nacionais de gestão da qualidade. Tal fato causou transtornos para as empresas exportadoras, que tinham que implantar sistemas de gestão da qualidade com base em diferentes bases normativas, para atender diferentes países. O mérito da ISO 9000 foi exatamente unir as diferentes bases normativas em uma única, hoje universalmente aceita. A sigla “ISO” refere-se à International Organization for Standardization, organização não-governamental fundada em 1947, em Genebra, e hoje presente em cerca de 140 países.Na década de 1990 a criação pelo governo federal do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade e a abertura econômica expuseram as empresas brasileiras a um ambiente de grande competição. Surgem as chamadas barreiras não tarifárias, ou barreiras técnicas, estabelecidas através da promulgação de normas, regulamentos ou procedimentos de avaliação da conformidade. O fato é que o uso de barreiras tarifárias para dificultar o acesso a mercados acabou para a grande maioria dos países, passando estes a fazê-lo através das barreiras técnicas. Então, o grande desafio da avaliação da conformidade é sua utilização como regulador de mercados. A adoção de programas de avaliação da conformidade, obedecendo a práticas internacionais, propiciará o reconhecimento mútuo entre programas de diferentes países, permitindo um natural fluxo de produtos, sem o ônus da repetição dos ensaios e avaliações nos países compradores. Para o diretor da Qualidade do Inmetro, Alfredo Lobo, “a ampliação do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade, atendendo às necessidades das empresas brasileiras, é um desafio. A adoção de adequadas práticas de gestão da qualidade, normalização, metrologia e avaliação da conformidade, representam um diferencial na economia globalizada e, portanto, de fundamental importância para alavancar os esforço exportador brasileiro”.Wilibaldo de Sousa Júnior é superintendente/Inmetro/Surgo

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